Então ele com um pequeno pau rabisca na poeira do chão: AZUL. Fica a olhar o desenho, com a cabeça inclinada sobre o ombro. Afinal, ele também sabia escrever? Averiguou as mãos quase com medo. Que pessoa estava em si e lhe ia chegando com o tempo? Esse outro gostaria dele? Chamar-se-ia Muindinga? Ou teria outro nome, desses assimilados, de usar em documento?
Mais um vez contemplo a palavra escrita na estrada. Ao lado, volta a escrivinhar. Lhe vem uma outra palavra, sem cuidar na escolha: LUZ. Dá um passo atrás e examina a obra. Então, pensa: a cor AZUL tem o nome certo. Porque tem as iguais letras da palavra LUZ, fosse o seu feminino as avessas.
Mia Couto, em Terra Sonâmbula
Mia Couto. Bem, nesse fim de semana, algo sobre ele lá no arremedo. Obrigado pelo post!!!
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